sábado, 25 de agosto de 2007

O menor benfeitor da humanidade
Por volta de 1895, o Laboratório Cavendish, em Cambridge, Inglaterra, era um dos centros de pesquisa mais avançados do mundo. Especialmente porque era dirigido por Joseph John Thomson. Cientista sério e ousado, ele enfrentou e venceu o desafio de provar o que parecia heresia numa época em que a própria existência dos átomos ainda era questionada. Thomson demonstrou que existiam partículas de matéria que eram, pelas suas contas, mil vezes menores do que o menor dos átomos, o hidrogênio. As partículas anunciadas por ele em 21 de abril de 1897, hoje conhecidas pelo nome de elétrons, moldaram daí para a frente o destino da civilização. Já naquele tempo, eles prestavam serviço acendendo lâmpadas e ligando telégrafos. Essas coisas todas já funcionavam, mas ninguém sabia que o mérito pertenciam aos elétrons. Depois que ficou provado que a eletricidade era de fato uma correria de elétrons dentro dos fios, novas maravilhas foram aparecendo uma atrás da outra. Do rádio à televisão, dos eletrodomésticos ao computador.
Tantas utilidades nem passavam pela cabeça de Thomson. Quando iniciou sua pesquisa, ele só pretendia explicar um mistério científico da época, conhecido pelo nome de raios catódicos. Esse enigma aparecia como uma estranha luz verde que emanava de um tubo de vidro onde havia sido feito vácuo (veja o infográfico abaixo). Bastava ligar a engenhoca a uma bateria para produzir o brilho. O que o cientista fez foi imaginar que a bateria empurrava minúsculas partículas para o interior do aparelho. Como elas se chocavam contra a parede de vidro, a força da colisão gerava luz. Conhecendo a carga da bateria, Thomson calculou a trajetória que ela imprimiria aos projéteis se sua hipótese estivesse certa. Depois, confirmou suas contas pela experiência. Começava ali o século do elétron, o mais minúsculo benfeitor da humanidade.


A fonte do mistério
A curiosidade do cientista foi atiçada pelo brilho verde que saía deste aparelho, a bomba de vácuo.




1. Thomson imaginou que partículas invisíveis saíam do pólo negativo da bateria e batiam no vidro, do outro lado.

2. Para testar a hipótese, calculou o impulso que as partículas receberiam da fonte de energia.

3. Viu que a luz nascia no ponto exato do vidro que os projéteis deveriam atingir, pelas contas. Era a prova.

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